Descobrir quais variedades melhor se adaptam a cada local leva tempo
Terroir é uma expressão francesa - os franceses moldaram a maior parte dos conceitos da vitivinicultura– para um conjunto de fatores que influencia (para alguns, determina) a qualidade do vinho: inclui o tipo de solo, o clima do local (pluviometria, horas de sol), a posição do vinhedo em relação à exposição solar, a direção e intensidade dos ventos e até a vegetação circundante…
Se isso é meio complicado, a ideia é simples: o ambiente é determinante na qualidade da uva ali produzida. E há um velho ditado que reza: pode-se fazer vinho ruim de boas uvas (estragando-as com uma vinificação desastrada), mas jamais se poderá fazer um bom vinho de uvas ruins…
Ainda os franceses têm outro dito interessante: “não é tão difícil fazer bom vinho. O problema são os primeiros duzentos anos…”. Aí há um fundo de verdade: um processo bem complicado para os vitivinicultores do Novo Mundo é descobrir quais das uvas européias se adapta melhor, por exemplo, a lugares tão díspares quanto o vale de Franshhoek, na África do Sul ou o Vale do Vinhedos, em Bento Gonçalves, RS… Muitos ainda estão nesse caminho, que não é tão amigável quanto parece. Muita tentativa e erro leva tempo. Séculos, às vezes…
Adaptação natural
Mas o que interessa na real é reconhecer que nos países tradicionalmente produtores, a ideia de terroir é intrínseca, natural, a pesquisa foi empírica, realizada através de séculos, talvez milênios. Na Europa, especialmente na sua porção de cultura latina, que inclui o vinho em suas tradições alimentares, cada variedade já está perfeitamente adaptada em seu terroir. Talvez por isso esse seja um conceito pregado e defendido pelos produtores europeus, heheheh!
Comments