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Vinho Magazine

Vinho ou cerveja?

Afinal, qual destas bebidas é mais benéfica à saúde?


Por DR. Jairo Monson De Souza Filho - médico



Vinho e cerveja figuram entre as bebidas alcoólicas mais populares. Os benefícios para a saúde de seu consumo leve e moderado estão amplamente respaldados em pesquisas científicas. Mas afinal, qual das duas bebidas fermentadas é a mais saudável? Essa dúvida é de muitos.

Até há pouco tempo essa era uma questão nebulosa, mesmo na literatura médica. Em estudo publicado em outubro de 2020 na revista Molecule, pesquisadores eslovenos fizeram uma revisão muito extensa e consistente das publicações científicas disponíveis sobre esse assunto e jogaram luz sobre essa questão.

Os polifenóis são os maiores responsáveis, no vinho e na cerveja, pelos benefícios para a saúde humana. Isso porque eles têm uma ação antioxidante e anti-inflamatória muito potente, além de outros efeitos benéficos.

A fonte de polifenóis para tais bebidas é a matéria-prima utilizada para a sua elaboração. A quantidade e qualidade das substâncias bioativas no vinho e na cerveja dependem de muitos aspectos, tais como o tipo e qualidade dessa matéria-prima, o clima, o processo tecnológico de elaboração e a guarda, além de outros fatores.

Os polifenóis não são responsáveis apenas pelos benefícios para a saúde. Eles também respondem pela cor, sabor, aroma e estabilidade desses produtos. Isso impõe grande desafio para enólogos e mestres cervejeiros, que buscam bebidas com mais benefícios para a saúde sem comprometer a qualidade sensorial e a estabilidade.

A diferença na composição fenólica entre essas bebidas tem reflexos na saúde dos consumidores. Alguns dos polifenóis são encontrados apenas no vinho, como os stilbenos; outros são exclusivos da cerveja, como as chalconas, e outros estão em ambas, como os flavonóis. Essas diferenças são relevantes quando se avaliam os efeitos na saúde.

Os pesquisadores eslovenos fizeram uma ampla revisão e discussão de grande parte do conhecimento científico disponível até então. Compararam perfis qualitativos e quantitativos das substâncias bioativas presentes no vinho e na cerveja.

A conclusão a que chegaram foi a de que o vinho tem mais dessas substâncias que a cerveja –e isso se traduz em mais benefícios para a saúde. Mas esse privilégio só ocorre com uma ingesta leve e moderada, e por quem não tenha contra-indicação ao seu consumo.


VINHO OU CERVEJA?

Tanto faz. O que deve nortear a escolha é a preferência pessoal e o momento. Os benefícios para a saúde não têm que protagonizar a decisão. Afinal, vinho e cerveja são bebidas alcoólicas e não medicamentos. Portanto são ótimos para dar prazer, valorizar um prato, uma conversa, um momento... Mas é bem verdade que, quando bebidos de maneira responsável por quem não tenha contrai-ndicação ao seu consumo, agregam ao prazer de beber benefícios para a saúde.

Quando beber, atente para o padrão de ingesta e para a quantidade consumida. Faça isso sempre com um alimento benfazejo e uma boa companhia. O corpo e a alma irão se beneficiar. Isso faz parte de um estilo de vida saudável e é prazeroso.

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